segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Yo apoyo la huelga de profes

Anarco Sindicalismo - A tua maior defesa



Poema sem palavra

Poema de desmontar


A
Palavra
Sai quando quer
O ar
Respiramos sem parar
Parar
Ar
Respiramos
Quando quer
Sai
A
Palavra

Desmonte e monte o ar e a palavra

Poema: De quem desmontar e montar
Imagem: Achei na internet

Kepler 16-B a história traída e a tradição


Espaço a fronteira final, assim começava sempre o episódio de “Jornada nas Estrelas”, hoje o que no passado era ficção torna-se realidade afirmam os cientistas da NASA, na quinta feira da semana passada foi anunciada a descoberta de um planeta que orbita ao redor de duas estrelas, algo anteriormente só concebido na ficção científica e no cinema.
A existência dos chamados planetas circumbinários (que orbita duas estrelas), já era conhecida, mas esta é a primeira vez que conseguiram captar o movimento de um planeta ao redor de seus dois sóis, que se chamará Kepler 16-B. A descoberta foi alcançada através de imagens captadas do observatório espacial Kepler capaz de encontrar planetas do tamanho da Terra na chamada "zona habitável", região em um sistema planetário onde pode existir água em estado líquido na superfície do planeta em órbita.
Mas alguém deve estar se perguntando: este cara pirou de vez? esta com febre alta? novamente me lanço em mais uma jornada sem destino, na tentativa de estabelecer relação entre imponderabilidades possíveis e a brutal realidade contemporânea, se ainda é possível relacionar os fatos que se sucedem descontroladamente, mas aqui neste limitado espaço de uma página afirmo categoricamente que é.
Se aceitarmos que toda informação que nos chega sempre é a versão de um acontecimento e mesmo que nos atinja em tempo real nos alcança sempre através dos filtros da imagem ou do som e do limite da nossa própria capacidade de interpretar os fatos que nos bombardeiam a todo instante, hoje somos os catalisadores de toda esta complexidade, ao investigar a história aqui do sul, vamos nos deparar com uma intencional manipulação da versão oficial, guardadas as diferenças técnicas e tecnológicas, os atores da história no passado se caracterizam pela verossimilhança com os de hoje, exploração, traições, disputas de poder, escravos e opressores e seus relatos.
A chamada Revolução Farroupilha alimenta esta reflexão, numa análise mais detalhada vemos seus atores protagonizarem todas as facetas da dramaturgia social, e no final reconhecemos os perdedores de sempre, saem derrotados os vassalos das oligarquias da época, para sempre condenados ao obscurantismo e servidão, na atualidade encontramos uma multidão cegamente apaixonada e apegada aos seus mitos e tradições, mas em contrapartida, engrossa o grupo cada vez mais expressivo e audaz dos que não poupam esforços na tentativa de desmascarar o que na sua visão trata-se de uma fraude histórica, um embuste que omite a realidade dos fatos, paro e observo imensas lacunas na versão oficial, sempre tendência deste ou daquele, me valho da Sociologia Ambiental e me vejo parafraseando Anthony Giddens: “a tradição defendida de forma tradicional”, constituí uma ameaça ao dialogo e beirando a um potencial de violência, ressalva ainda que “o neoliberalismo se mostra contraditório, no sentido de que, por um lado, é hostil à tradição, no seu afã de conquistar novos espaços para o mercado; por outro, depende da manutenção da tradição, pela legitimidade que ela tem e por sua ligação ao conservadorismo naquilo que diz respeito à nação, religião, gênero e família”.
Contradição é um dos adjetivos da modernidade, então, questionar a relação de um novo planeta e seus dois sóis, com a tradição e os fatos mal resolvidos na história, perambulando entre realismo fantástico, cyber espaço, campo unificado, neutrinos, conceitos sociológicos, dogmas e realidades, formando um mosaico de complexidades, que alimenta o espírito inquieto neste contexto repleto de possibilidades rumo ao universo da imaginação...

Texto: André Soares
Fotografia: Walker Evans

Ciclo humano


Neutrinos,
Buracos negros,
Minha solidão.
Anarco-punks,
Conhaque de gengibre,
Todos pelo chão.
Não falarei,
Ninguém vai entender,
Entre o concreto e o abstrato,
O objeto,
O fracasso,
A vertente do irreal,
Subconsciente,
Subdesenvolvido,
A verdade inexistente,
Universo paralelo,
Tudo está em mim,
Tudo está em você,
Cegueira infinita,
Prisão do ciclo humano.

Poesia: Rodrigo Vargas Souza
Imagem: Evgen Bavcar

E la nave va...



São tantos os labirintos em que nos perdemos no transcorrer de um único dia, episódios que no desenrolar das horas tornam o exercício da vida um movimento sucessivo de avanços e retrocessos, de perdas irreparáveis, reencontros e descobertas, percorrendo caminhos pavimentados pela fantasia, pela ilusão, pela realidade, e tudo isso num recorte de 24 horas, como se estivéssemos diante de uma grande tela assistindo o enorme transatlântico percorrendo oceano, o rinoceronte a deriva, a dança oscilante das ondas, e toda a carga de informação com que somos alvejados a cada instante, ansiamos por encontrar refúgio e proteção, que na maioria das vezes não passa de uma frágil película revestindo nossas emoções.
Lançando um olhar irônico sobre o cotidiano, explorando suas dicotomias teremos um mosaico de contradições tão requintado que a confusão que resulta serve de estímulo a reflexão e quem sabe favoreça alguma ação. Mergulho nas minhas próprias perspectivas e seus micro mundos tão conectados quanto distantes da complexidade contemporânea, enxergo as múltiplas possibilidades, as deformidades contidas no ambiente, a sociedade afogada na intolerância que matou o punk no fim de semana da grande metrópole, em Kadafi vociferando de seu esconderijo, ou nos estudantes chilenos em batalhas urbanas, na guerrilha do complexo do Alemão, no 11 de Setembro dez anos depois, em Sócrates com cirrose, até no Etna entrando em erupção causando pânico local e curiosidade na mídia, enfim, sufocados neste que é o nosso tempo, nossa prisão tecnicista, já sentiram o vazio das horas quando falta energia elétrica?
Pulsam provedores, sites, facebook, twitter, smartphone, chegamos à era petabyte, uma unidade de medida de informação que equivale à 1.000.000.000.000.000 de bytes e que proporciona a inteligência americana poder armazenar todo o fluxo de informações do planeta num sistema complexo e sofisticado, minha mente voa longe, retorno ao passado e me debruço sobre a Missão Obscura da NASA, que nos primórdios da corrida espacial foi formada pela estranha composição entre três sociedades nem tão secretas, os Nazistas, a Maçonaria e uma terceira chamada Estrela de Prata, compondo um mundo repleto de simbolismos, poder e mistérios, descobri este assunto casualmente após conversar com um amigo que citou Tum livro sobre a expedição nazista ao planeta Marte e de imediato me joguei nesta jornada investigativa.
Nasceu uma convicção, a despeito de tão fabulosa tecnologia, com avanços em todas as áreas do conhecimento o espírito humano permanece indomável e imprevisível, me fascinam estas alternativas da história, tão possíveis quanto improváveis, mas presentes, aceitas e abominadas, pagãs, sagradas ou científicas, fazendo lembrar Huxley profetizando: “oh admirável mundo novo que criaturas fantásticas você criou”, mundo formidável para alguns desconhecido para outros, para milhares sem sentido sem explicação, e para os “felizes” sem a menor necessidade de explicá-lo.
A literatura me socorre, mas logo ali na rua, agora neste instante, algo acontece, o cenário se altera rapidamente e os protagonistas se alternam em cena, o tempo não para, temos a ousadia de tentar congelar de possuí-lo, mas nos prostramos vencidos, seguirá soberano e inexorável sobre o destino da humanidade, recentemente noticiou-se estender a longevidade para 150 anos, bela tentativa de prolongar a existência, mas e as conseqüências deste fato? se pensarmos um pouco, com tamanha distorção em que vivemos só alguns poucos eleitos se beneficiarão da conquista, muitos nunca chegarão a idade madura, tantos fatores contribuem para isto, tão abismal a distancia que separa os seres, tão absurda esta sanha arrivista de poucos, pode parecer que estas projeções não passem de ato isolado e desesperado de um naufrago sideral, perdido em meio a este macro cosmos das idéias, sonhos, projeções, convicções e pouquíssimas ações em defesa do essencial, em prol da vida, do humano, confesso minha impotência, só me sinto livre aqui, e mesmo assim estou limitado pela página, pela fonte e por minha duvidosa consciência, não quero perturbar as pessoas mas é incontestável que devemos tomar uma atitude urgente em relação ao processo da história em que estamos entalados, a mim a natureza ofertou esta capacidade camaleônica de estar aqui, ali, acolá e conviver com a diversidade das comunidades e dos grupos sociais, em tudo há esperança, em todos existe a capacidade de transformar, escutem, ouviram? vem até mim o eco mutante: os ventos do sul já vão chegar...

Texto: André Soares

Imagem: Walker Evans - 1930